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sexta-feira, 13 de março de 2009

DOENÇA RENAL CRÓNICA: UM EM CADA 10 PORTUGUESES SOFRE DE DOENÇA RENAL CRÓNICA



Carla Rodrigues


A doença renal crónica é uma patologia progressiva, com elevada taxa de mortalidade, que ameaça tornar-se num grave problema de saúde pública com implicações sérias no Serviço Nacional de Saúde.





Estima-se que em Portugal mais de 800 mil pessoas sofram da doença. Todos os anos são registados 2.200 novos casos de insuficiência renal crónica terminal, existindo actualmente 14 mil doentes dependentes de diálise, dos quais 5.000 são transplantados.



A diabetes e a obesidade são factores que contribuem para que no futuro os números possam ser ainda mais elevados, razão pela qual o diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais.




A doença renal crónica não escolhe idades nem sexo, embora a sua incidência seja maior nos adultos e idosos, o que leva a que seja considerada uma patologia geriátrica. A diabetes, a obesidade e a hipertensão arterial, quando conjugadas com os factores hereditários de doença renal crónica, são indicadores possíveis de se vir a contrair o problema.








Sintomatologia




A ausência de sintomas nos primeiros estádios da doença faz com que grande parte da população desvalorize, ignore ou adie os cuidados a ter com a saúde dos seus rins.





Os principais sinais de alerta para a sua existência são:




→ Ardor ou dificuldade em urinar;
→ Urinar frequentemente, sobretudo durante a noite;
→ Urinar com sangue;
→ Olhos, mãos e/ou pés inchados, especialmente em crianças;
→ Dor abaixo do lumbago (costelas) que não se altera com o movimento;
→ Tensão arterial elevada.








Tratamento




O tipo de tratamento na doença renal crónica depende do estádio em que o doente se encontre. Em termos práticos, existem três vias para o fazer:




1. Hemodiálise
É o tipo de tratamento mais indicado para as crianças, jovens e adultos quando os seus rins deixam de funcionar, evitando que a quantidade de substâncias tóxicas e o excesso de líquidos se acumulem no sangue. O doente é submetido a uma intervenção cirúrgica, na qual é criado um acesso vascular que liga uma linha arterial a outra para o retorno do sangue. Por sua vez, esta linha é ligada à máquina de hemodiálise durante quatro horas consecutivas, três vezes por semana, para filtrar o sangue, substituindo assim a função renal.




2. Diálise Peritoneal Contínua Ambulatória (D.P.C.A)
Este tratamento substitui a hemodiálise, sendo utilizado em crianças, jovens e adultos. Consiste em criar, através de um cateter peritoneal permanente, uma ascite artificial de dois litros que permanece na cavidade abdominal durante quatro horas, sendo renovada quatro a cinco vezes por dia. As vantagens principal deste tratamento é evitar a deslocação do doente a um centro de hemodiálise (hospitalar ou particular), três vezes por semana, e ter que ficar ligado a uma máquina para purificar o seu sangue.




3. Diálise Peritoneal Ambulatória (D.P.A)
Tal como o anterior, este tipo de tratamento substitui a hemodiálise. Depois de aconselhado pelo médico nefrologista, a D.P.A permite ao insuficiente renal crónico realizar o tratamento em sua casa, durante a noite. Este método consiste na utilização de uma máquina (silenciosa) que procede à troca de líquidos, avisando o doente de eventuais alterações. Este aparelho permite a programação de acordo com as necessidades diárias do insuficiente renal.









Fonte: LPM Comunicação