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domingo, 15 de março de 2009

SINAIS DA PELE: O QUE SABER PARA MELHOR PREVENIR



Dr.ª Rubina Alves, Dr. Jorge Marote






Os “sinais” ou nevos são manchas pigmentadas, habitualmente de cor castanha ou negra, que aparecem sobre a pele. Alguns podem estar presentes no nascimento, embora a maioria surja ao longo da vida.









O número de sinais que cada um de nós possui depende de diversos factores, como por exemplo, da hereditariedade (factores familiares), da exposição solar ou de situações que favoreçam o seu aparecimento, como a gravidez. Na sua maioria, os sinais têm uma evolução benigna e mantêm-se inalterados ao longo da vida.






No entanto, há um tipo de cancro da pele muito agressivo, o melanoma, que resulta da transformação maligna dos melanócitos, as células produtoras de melanina. Este tumor pode surgir em qualquer pessoa e em qualquer idade, quer a partir de um sinal que já existia e que se alterou (75% dos casos) quer como um sinal novo (25% dos casos).













Como saber se um sinal é "bom" ou "mau"?







Para começar, é importante que cada um conheça a sua pele, os sinais que já possui, qual o seu aspecto, a sua forma e localização. Identificar se há algum "patinho feio", isto é, algum sinal que seja diferente dos outros e que por isso chame mais à atenção. Por esse motivo, é indispensável o auto-exame dos sinais o qual deve ser efectuado regularmente (três a quatro vezes por ano). Conhecendo o nosso corpo, podemos detectar mais facilmente qualquer lesão suspeita.








Quando fizer a inspecção dos nevos deve ter em atenção a alterações no seu aspecto e forma. São os conhecidos sinais de alerta: ABCD e que significam:








Assimetria - uma parte do sinal é diferente da outra;








Bordo - os bordos são irregulares, por vezes com prolongamentos;








Cor - o sinal ou teve alteração na sua coloração ou apresenta várias tonalidades, como por exemplo, castanho, preto, azul ou branco;








Diâmetro - se o tamanho é superior a 6 mm ou se houve crescimento de algum sinal já existente.












Para a realização do auto-exame, devemos estar num ambiente iluminado, ter um espelho amplo e um espelho pequeno de mão.








De frente para o espelho amplo, examine toda a superfície anterior e lateral do seu corpo. Avalie as mãos e pés (palmas e plantas), não esquecendo as unhas e áreas interdigitais.
Com a ajuda do espelho pequeno, faça a inspecção do couro cabeludo (separando os cabelos) assim como da área genital e anal.








De costas para o espelho amplo e com a ajuda do espelho pequeno de mão, analise a parte posterior do corpo (pescoço, costas, nádegas e pernas).









No caso de haver alteração nalgum dos sinais ou aparecimento de algum sinal novo, deve procurar o seu médico assistente ou dermatologista para que examine e avalie essa alteração. Um sinal que sangrou ou "dá comichão" também deve ser avaliado.












Saber prevenir









É tão importante saber suspeitar da presença de uma lesão maligna como saber preveni-la. Uma vez que grande parte dos casos de cancro de pele relacionam-se com a exposição solar, é extremamente importante fazer uma protecção adequada da nossa pele, ao longo de todo o ano, com particular atenção às crianças e adolescentes. Assim sendo, deve utilizar protecção solar diária (mesmo em dias nublados, uma vez que 90% dos raios UV passam através das nuvens) com aplicações repetidas (de duas em duas horas), especialmente se tiver actividades ao ar livre ou se for à praia ou à neve. Sempre que possível, evite a exposição directa prolongada ao sol. Os homens calvos devem também proteger o couro cabeludo.








É importante ainda lembrar que as radiações ultravioletas nos solários têm efeitos nocivos e são cumulativas com as radiações ultravioletas do sol. Os solários são, por esse motivo, desaconselhados.








Não se esqueça de que a "chave" está na detecção e tratamento precoce de lesões suspeitas. Desta forma, se suspeitar da existência de alguma lesão atípica ou de algum dos sinais de alerta referidos, deve consultar o seu médico, o mais brevemente possível.















Fonte: Jornal do Centro de Saúde