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segunda-feira, 1 de junho de 2009

CONJUNTIVITE: COMO CORTINAS FECHADAS






É assim que ficam os olhos com conjuntivite: as pálpebras colam, como se fossem cortinas. E os cantos são inundados por lágrimas. A culpa tanto pode ser de vírus como de bactérias ou ainda das alergias sazonais.






Se ao acordar tiver dificuldade em abrir as pálpebras, se for incomodado por uma sensação de areia nos olhos e se eles se apresentarem vermelhos e lacrimejantes, o mais provável é ser uma conjuntivite.





Trata-se de uma inflamação ou infecção da conjuntiva, a membrana transparente que cobre parte do olho e que é sensível a vírus e bactérias, mas também a substâncias como o cloro e o aparentemente inofensivo pólen das flores, entre outros alergénios.





Quando em contacto com qualquer um destes potenciais agressores, a conjuntiva pode ficar inflamada, apresentando-se vermelha, causando comichão e aumentando a produção de lágrimas.





A estes sinais podem juntar-se uma maior sensibilidade à luz, visão nublada e a produção de muco, mais ou menos espesso. Estes são sintomas partilhados pelas diversas formas de conjuntivite, inflamação ou infecção, que não escolhe idades. E que nos recém-nascidos pode ter como causas a imaturidade do canal lacrimal ou uma doença sexualmente transmissível contraída durante o parto.





Neste caso particular, designado como oftalmia neonatal, o que acontece é que, estando a mãe infectada com clamídia ou gonorreia, o bebé entra em contacto com essas bactérias, desenvolvendo uma forma grave de conjuntivite.









Tratar para não contagiar





Com esta excepção, a conjuntivite normalmente não tem consequências severas, mas requer uma intervenção precoce dado o seu elevado grau de contagiosidade, se a causa for infecciosa. Significa isso que, perante os primeiros sintomas oculares, há que procurar o médico, de modo a identificar a origem. Um dos elementos que ajuda a fazer essa distinção é a descarga que se

liberta dos olhos: mais aquosa e esbranquiçada quando a causa é viral, mais espessa e amarelada ou esverdeada quando é bacteriana.





O tratamento depende, pois, da causa. A conjuntivite bacteriana trata-se com recurso a antibióticos, sob a forma de uma pomada ou gotas. No caso da viral, que não beneficia destes medicamentos, há que deixar o vírus seguir o seu curso, atenuando s sintomas com a ajuda de um colírio (não antibiótico), das chamadas "lágrimas artificiais" ou simplesmente de soro fisiológico.





Quando a causa é alérgica, as melhorias ocorrem com a toma de anti-histamínicos. Já no que respeita à exposição a substâncias irritantes, o alívio é conseguido através da lavagem dos olhos com água morna, devendo-se evitar o contacto com a causa (não frequentando a piscina durante algum tempo, por exemplo).





Em relação à oftalmia neonatal, requer a administração preventiva de antibiótico, o mais cedo possível após o nascimento, já que a visão pode ser afectada. Quando a conjuntivite é recorrente num recém-nascido, pode significar que o canal lacrimal não está completamente aberto: o pediatra avalia a situação e, se não houver desobstrução espontânea, pode remeter para a intervenção especializada de um oftalmologista.



O grande problema associado à conjuntivite infecciosa, é que se trata de uma doença altamente contagiosa. Uma pessoa infectada pode contagiar outras durante uma a duas semanas após os primeiros sintomas, o que explica que a conjuntivite se espalhe nas creches e infantários e que uma criança doente deva ficar em casa até não haver risco de contágio.





As mãos são o principal veículo da infecção, o mesmo acontecendo com a partilha de objectos pessoais, da toalha à almofada, das lentes de contacto aos colírios, passando pelos cosméticos. Daí que a prevenção passe pelo uso individual destes objectos e por uma boa higiene das mãos, evitando levá-las aos olhos.









Creches de risco





As creches e os infantários são locais de risco no que toca à conjuntivite. E isto porque são locais de grande concentração de crianças, que têm mais dificuldade em evitar os gestos que facilitam o contágio.





É que as crianças brincam muito próximas uma das outras, o contacto físico é uma constante e a partilha de brinquedos e outros objectos uma prática natural. Além disso, levam com frequência as mãos aos olhos, esfregando-os (o que não admira, pois a conjuntivite causa muita comichão).





Quando a infecção está localizada num olho facilmente passa para o outro. E com a mesma facilidade passa para os olhos de um ou mais companheiros de brincadeiras. Daí a importância de a criança ficar em casa até estar completamente livre de infecção.









Colírios, modo de uso





O tratamento da conjuntivite passa, quase sempre, pela aplicação de pomadas ou beneficiando também dos colírios e do soro fisiológico. São de aplicação simples, mas, em nome da prevenção, importa adoptar alguns cuidados:





• Lavar bem as mãos, antes de aplicar;





• Deixar cair uma gota na zona afectada e apenas uma de cada vez;





• Fechar os olhos por dois minutos para que o produto se espalhe;






• Não tocar no olho com os dedos ou com o aplicador do frasco ou da bisnaga do medicamento;





• Lavar as mãos após cada aplicação;





• Manter as embalagens bem fechadas e ao abrigo da luz;





• Não guardar o medicamento uma vez findo o tratamento.












Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF