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domingo, 7 de junho de 2009

FEBRE TIFÓIDE: UMA BACTÉRIA VIRULENTA




É bastante virulenta a bactéria causadora da febre tifóide, doença endémica em muitos destinos turísticos. Aí todo o cuidado é pouco para não se ser infectado. E antes de partir o melhor é prevenir, vacinando.




Nos países industrializados é rara, mas no mundo em desenvolvimento constitui um grave problema de saúde pública, muito por via do deficiente saneamento básico. A ausência destas infra-estruturas, aliada a precários hábitos de higiene, potencia a proliferação da bactéria causadora da febre tifóide – a salmonella typhi.



É por via fecal-oral que esta bactéria penetra no organismo. Numa pessoa infectada, ela é expelida através das fezes e, por vezes, da urina. Se essa pessoa não lavar rigorosamente as mãos após cada ida à casa-de-banho e se, de seguida, manusear alimentos a consumir por outras pessoas está aberta a porta ao contágio. O mesmo acontece se se beber água que não tenha sido
desinfectada – o que, quando a rede de abastecimento público e de esgotos é deficiente, é fácil: basta engolir umas gotas de água do duche para se correr riscos...



Não é de imediato que a infecção se manifesta, podendo passar uma a três semanas até que os sintomas surjam. Excepto nas crianças, que algumas vezes ficam doentes subitamente, os sintomas desenvolvem-se gradualmente.



Uma febre elevada, a rondar os 39 ou 40ºC, é o primeiro, acompanhada de dores de cabeça, fadiga e fraqueza, dores abdominais e garganta irritada. Diarreia (mais nas crianças) ou prisão de ventre (sobretudo nos adultos) também são frequentes. Pela segunda semana, pode aparecer irritação cutânea temporária, com pequenos pontos rosados a marcar a região inferior do tórax, na transição para o abdómen.



Se a doença não for tratada nesta fase, agrava-se. A febre permanece elevada, a prisão de ventre e a diarreia tornam-se mais severas. Há uma clara perda de peso, com distensão visível do abdómen.



Se continuar a não haver tratamento, outros sintomas surgem: o doente começa a delirar, permanecendo prostrado, num estado de exaustão com os olhos semi-fechados. É nesta fase que há risco de complicações.







Tratar para não complicar



A mais séria é a hemorragia intestinal, denunciada por uma súbita quebra na pressão arterial e pela presença de sangue nas fezes. Por vezes, ocorre perfuração do intestino, o que faz com que o seu conteúdo se espalhe pela cavidade abdominal causando sintomas como dor abdominal, náuseas, vómitos e podendo desencadear uma infecção do sangue.



É uma situação que requer intervenção de urgência.




Mas há outras complicações da febre tifóide não tratada embora menos comuns, como por exemplo: inflamação do músculo cardíaco, pneumonia, pancreatite, infecções renais ou da bexiga e infecções da coluna vertebral.



Sem tratamento, pode não se sobreviver à doença, mas com tratamento a maioria das pessoas recupera. Há, no entanto, algumas que, mesmo depois de tratadas, continuam a alojar a bactéria no seu organismo, nomeadamente na bexiga ou nos intestinos. São portadores crónicos da febre tifóide, o que significa que podem infectar outras pessoas apesar de não terem sintomas.



É com antibióticos – esta é uma doença bacteriana – que se trata a febre tifóide, sendo fundamental seguir o tratamento até ao fim, conforme as indicações médicas, sob pena de perder eficácia e de a doença regressar, exigindo depois um medicamento mais forte.



Paralelamente, convém ingerir bastantes líquidos, de modo a compensar a perda de fluidos causada pela febre e pela diarreia. É também importante que o doente se alimente com regularidade.



Dado o risco, o melhor é prevenir. O que passa pela informação: se está a pensar viajar para um país em África, na Ásia ou na América Latina informe-se sobre a prevalência da febre tifóide. Se for o caso, aconselhe-se sobre a vantagem de se vacinar. E, uma vez no destino, não descure os cuidados que permitem manter a salmonella typhi à distância.







Bactérias à distância



Contrair febre tifóide é relativamente fácil dada a sua principal via de contágio: é que basta ingerir água ou alimentos contaminados...



Esta facilidade faz com que seja fundamental a prevenção, tanto mais que as vacinas existentes não oferecem protecção total.



Sempre que viajar para um destino em que a doença seja endémica lembre-se que há gestos simples mas vitais. Assim:
• Lave as mãos com frequência, sobretudo depois de usar a casa-de--banho e antes de preparar
alimentos ou comer;
• Beba apenas água engarrafada, fervida ou desinfectada; a água com gás é preferível;
• Prefira bebidas gaseificadas, mas não beba directamente da garrafa ou da lata: limpe bem antes de despejar num copo;
• Use gelo apenas se tiver a certeza de que é feito com água engarrafada ou purificada;
• Evite alimentos crus, nomeadamente vegetais: é que podem ter sido lavados com água contaminada; descasque a fruta;
• Os alimentos cozinhados devem ser comidos ainda quentes;
• Resista às bebidas e alimentos oferecidos pelos vendedores ambulantes;
• Use água engarrafada para lavar os dentes e procure não engolir água do duche.



A prevenção tem sempre dois sentidos, o que significa que se está a recuperar de febre tifóide também deve adoptar alguns cuidados para não infectar outras pessoas.



Assim:
• Lave as mãos com frequência;
• Evite manusear alimentos destinados a outras pessoas;
• Mantenha os seus objectos de uso pessoal separados dos demais.







Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF