Não é exclusiva das mulheres, mas a fragilidade óssea típica da osteoporose acontece mais nelas do que nos homens. Com risco de fracturas, para ambos os sexos e, sobretudo, à medida que a idade avança.
Uma em três mulheres sofre de osteoporose, um em oito homens também. Sempre com mais de 50 anos, porque estadoença do esqueleto é mais comum a partir da chamada meia-idade e mais ainda quando se ultrapassa a barreira dos 65. Nelas coincide com a menopausa.
O que está em causa é a diminuição da massa óssea, o que significa que os ossos ficam menos densos. Há também uma diminuição da qualidade, com os ossos a tornarem-se mais porosos. Tudo isto contribui para uma menor resistência e consequente aumento do risco de fracturas.
A fragilidade é mais acentuada em determinados ossos, nomeadamente nas vértebras dorsais e lombares (coluna), no rádio (braço) e no fémur (perna). São estes os ossos em que acontecem mais facilmente fracturas.
Além do sexo (feminino) e da idade (acima dos 65 anos), há outros factores de risco, com a osteoporose a ser mais comum entre as pessoas de raça caucasiana e asiática e entre quem possui antecedentes familiares de fractura. Nas mulheres, há outros elementos a considerar: é o caso da menopausa precoce, que aumenta a probabilidade de sofrer de osteoporose, é também o caso da existência de períodos de amenorreia prolongados (meses seguidos sem menstruação). As mulheres mais magras também são mais vulneráveis.
Independentemente do sexo, a fragilidade também existe quando se é forçado a imobilização prolongada (caso das pessoas acamadas), quando já se têm outras doenças ósseas, reumáticas ou das glândulas e ainda quando se utilizam em permanência medicamentos que provocam diminuição da massa óssea (como os corticoesteróides e os anticoagulantes).
O estilo de vida também conta e muito: uma dieta pobre em cálcio enfraquece os ossos, o mesmo sendo válido quando se leva uma vida sedentária, quando se fuma, quando se consome cafeína e bebidas alcoólicas com regularidade.
Este é o risco de ter osteoporose; já o risco de quedas, logo de fracturas, é acrescido em pessoas com dificuldades motoras ou sensoriais (problemas deaudição e visão, por exemplo) e em pessoas que fazem tratamento comantidepressivos e ansiolíticos (porque podem diminuir o estado de alerta). Mas como saber qual o estado de saúde dos ossos?
Existe uma técnica de diagnóstico precoce que permite medir a massa óssea - trata-se da osteodensitometria, cujo valor-padrão é o índice T. Assim, se for maior do que -1, isso corresponde a ossos saudáveis; entre -1 e -2,5 significa que existe osteopenia, ou seja, que já há fragilidade; e menor que -2,5 indica osteoporose. Com a mesma técnica, é possível avaliar o risco de fractura.
Este não é, porém, um exame que faça parte dos rastreios normais de saúde, pelo que não há uma maneira de sabermos, a cada altura, qual a resistência dos nossos ossos. Por isso, o melhor é apostar na prevenção, de modo a manter bons níveis de massa óssea: o que passa pela modificação de alguns factores de risco como os relacionados com a alimentação e o exercíciofísico. A actividade física ajuda à flexibilidade e resistência do esqueleto, completando os benefícios de uma dieta abundante em vitaminas (sobretudo a D) e minerais, nomeadamente cálcio: é sabido que o leite e derivados são dos melhores amigos dos ossos, mas os vegetais de folha verde (brócolos, espinafres, nabiças e agriões) também.
Também com objectivos preventivos, sobretudo em mulheres na menopausa ou quando já existe osteopenia, podem ser aconselhadas medidas farmacológicas como a terapêutica hormonal de substituição ou suplementos de cálcio evitamina D. Estes suplementos são, aliás, indicados em particular para pessoas mais idosas (que nem sempre se alimentam bem), institucionalizadas, com mobilidade reduzida ou com propensão para as quedas.
Ainda assim, mais vale prevenir. Porque quando os ossos são frágeis uma queda pode ser fonte de grande sofrimento e ter grande impacto na qualidade de vida.