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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tendinite: Repetições dolorosas

São os movimentos repetitivos que causam a maioria das lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho, de que a tendinite é a mais conhecida.



Sob a designação de lesões músculo-esqueléticas associadas ao trabalho esconde-se um vasto conjunto de problemas que afecta tendões, nervos e articulações, causando um incómodo persistente que pode levar à incapacidade de movimentos.


Estas doenças são consideradas profissionais porque, a par do grande sofrimento pessoal, são responsáveis por elevado absentismo laboral e quebra de produtividade. Na sua origem estão factores ocupacionais, relacionados com o tipo de actividade desempenhado no local de trabalho.


Os movimentos repetitivos que requerem aplicação de força estão entre as principais causas destas lesões, a par das vibrações, das temperaturas extremas, da carga que os músculos têm de suportar e das posições inadequadas que o trabalhador adopta em consequência, por exemplo, da utilização das ferramentas e de equipamento mal desenhado que não se adapta ao corpo humano.


Há ainda outras causas, chamadas organizacionais: trabalhar horas em demasia e a um ritmo excessivo, trabalhar em linhas de montagem, sem pausas ou com pausas insuficientes para permitirem o repouso mínimo. O stress a que o trabalhador é sujeito, nomeadamente se for alvo de vigilância com câmaras de vídeo, também contribui para potenciar as lesões músculo-esqueléticas.


O risco também aumenta em pessoas com excesso de peso e com hábitos detabagismo e de consumo de bebidas alcoólicas: a obesidade porque sobrecarrega o esqueleto e o tabaco e o álcool porque danificam os nervos.


E a probabilidade aumenta em pessoas que acumulam vários factores de risco, ainda que a repetição de movimentos e a frequência dessa repetição estejam, de facto, intimamente relacionadas com estas lesões.


Não há um tratamento específico para estas condições, sendo geralmente a intervenção direccionada para o alívio da dor e a redução da incapacidade. O que há a fazer é prevenir, o que envolve a educação do doente para a adopção de posturas correctas mas também a sensibilização das empresas para a adaptação dos postos de trabalho e das ferramentas, de modo a que se adeqúem melhor às características do corpo humano, e para a implementação de mecanismos de compensação dos movimentos repetitivos e das vibrações. Sem essas medidas, as lesões músculo-esqueléticas vão continuar a ser determinantes nas ausências ao trabalho e nas reformas antecipadas pordoença ou incapacidade.