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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Asma e DPOC: Respire bem pela sua saúde

Dr. Fernando Meneses

Centenas de milhões de pessoas sofrem em todo o mundo de doenças pulmonares, nomeadamente tuberculose, asma, pneumonia, gripe, cancro do pulmão e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Destas, cerca de 10 milhões morrem todos os anos. As doenças respiratórias crónicas causam cerca de 7% de todas as mortes no mundo e representam 4% da carga global da doença como um todo.



À medida que as doenças respiratórias progridem, as agudizações dos sintomas, geralmente denominadas exacerbações, tornam-se progressivamente mais frequentes e mais graves, conduzindo a limitações importantes na capacidade de os doentes realizarem as suas actividades diárias e, consequentemente, reduzindo a sua qualidade de vida.


Quer a DPOC quer a asma devem ser atentamente seguidas pela comunidade responsável pela prestação de cuidados de saúde e pelas entidades governamentais. Trata-se de um grave problema de saúde pública, pois, apesar dos tratamentos eficazes actuais, a sua prevalência continua a aumentar.


Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que, em 2020, a DPOC ocupe o terceiro lugar entre as doenças mais incapacitantes, tornando-se responsável por uma elevada morbilidade e mortalidade, sendo considerada um dos principais desafios na área das doenças respiratórias para as décadas vindouras. Já a asma, embora com uma mortalidade muito menor, apresenta uma prevalência ainda maior e contribui isoladamente ou associada a outras manifestações de doença alérgica, como a rinite, para uma diminuição de qualidade de vida.



A espirometria no diagnóstico precoce


O diagnóstico de DPOC deve ser considerado em qualquer pessoa que apresente sintomas como tosse, expectoração, dispneia, e/ou uma história de exposição a factores de risco desta doença, tais como o tabagismo e a exposição profissional a poluentes atmosféricos. No caso da asma, esta é caracterizada por crises de falta de ar recorrentes e muitas vezes ligadas a queixas nasais, que se associam frequentemente a uma sensibilização a diferentes alergénios (pólenes, ácaros do pó da casa, etc.).


É importante que o diagnóstico destas doenças seja feito atempadamente e, sempre que possível, deverá ser confirmado por espirometria, método de diagnóstico simples e não invasivo que permite a avaliação de diversos parâmetros da função pulmonar, alterados nestas doenças.


O tratamento farmacológico deve ser orientado pela clínica e pelo estudofuncional respiratório e visa melhorar e impedir o aparecimento de sintomas, aumentar a tolerância ao exercício e melhorar a qualidade de vida dos doentes, afectada com o aparecimento e agravamento destas doenças.


Em caso de suspeita de doença respiratória crónica, como a DPOC ou a asma, é essencial a realização de estudo funcional respiratório - espirometria.


A existência de uma rede de espirometria disponível em todo o país e acessível aos cuidados de saúde primários é fundamental para uma boa saúde respiratória de todos, permitindo um diagnóstico precoce e o início de um tratamento adequado.


Se tem sintomas respiratórios como cansaço fácil, tosse ou queixas nasais persistentes, solicite ao seu médico a realização de uma espirometria... pela sua saúde...


Dr. Fernando Meneses, Pneumologista,
Responsável pela Consulta de Asma e pelo Laboratório de Função Respiratória do Hospital Garcia de Orta, em Almada