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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

IPO/PORTO QUER ABRIR TRÊS UNIDADES MULTIDISCIPLINARES


O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto anunciou hoje que pretende abrir, até ao final de 2008, três novas unidades multidisciplinares directamente vocacionadas para os cancros digestivos, de pele e da área da ginecologia.
«Queremos, até ao final do próximo ano, ter unidades para tratar cancros digestivos, da pele e ginecológicos», disse o presidente do Conselho de Administração do IPO/Porto, Laranja Pontes.
O responsável falava, esta manhã, no âmbito da cerimónia de inauguração da Clínica da Mama, uma «nova unidade multidisciplinar, especializada na prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade».
A clínica está dotada de recursos técnicos e humanos «necessários para abordagem integral de doentes com cancro da mama, desde o diagnóstico precoce até ao tratamento da doença avançada, com a máxima eficiência e equidade, e em tempo adequado».
Segundo referiu Laranja Pontes, a ideia é criar unidades similares a esta para os doentes com cancros digestivos, de pele e da área da ginecologia, nomeadamente o cancro do colo do útero.
O IPO/Porto pretende também reformular a área da radioterapia, que tem já cerca de 30 anos, tendo Laranja Pontes anunciado que deseja «iniciar no próximo ano a construção de um novo serviço» deste método terapêutico.
A nova Clínica da Mama, com uma área de 840 metros quadrados e um custo de cerca de 1,5 milhões de euros, inclui uma equipa nuclear de oncologia cirúrgica, oncologia médica, radioterapia, imagiologia, anatomopatologia e enfermagem.
Estão também activamente envolvidos, nesta nova unidade, profissionais de cirurgia plástica, neurocirurgia, ortopedia, genética, psicologia clínica, medicina física e cuidados paliativos.
O novo serviço aposta ainda na terapia de grupo, disponibilizando, para tal, uma sala.
A clínica tem capacidade para «atender o dobro de doentes com cancro da mama» do que as anteriores instalações, sustentou Laranja Pontes.
A criação desta nova clínica surgiu na sequência do aumento de novos casos de cancro da mama que deram entrada no IPO/Porto, nos últimos anos.
O instituto recebeu, em 2000, 757 novos casos deste tipo de cancro, número que aumentou para 861, em 2005.
O secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, presente na cerimónia, frisou que «a oncologia é uma das prioridades da política da saúde» deste Governo.
«É uma das quatro áreas onde existe um coordenador nacional, que tem tido um papel importante«, disse o governante.
Na opinião de Francisco Ramos, esta clínica é a primeira em Portugal »totalmente organizada para prestar cuidados de saúde a doentes com cancro da mama«.
«É um exemplo que precisa de ser replicado no país, mas terá que ser feito com alguma cautela», disse o secretário de estado, acrescentando que esta nova estrutura «pode ser um marco no processo de reorganização dos serviços virados para os doentes».
Para Francisco Ramos, a clínica representa a concretização do que, na prática, se diz e que parece óbvio, que é o de organizar os serviços em função dos utentes.
«Isto não é fácil de concretizar«, referiu.
O cancro da mama é mais frequente nas mulheres do mundo ocidental.
Em Portugal, de acordo com dados hoje divulgados, é responsável por 26 por cento de todos os novos casos de cancro diagnosticados e constitui a principal causa de morte, por cancro, no sexo feminino.
«É crucial que as mulheres estejam correctamente informadas dos benefícios do diagnóstico precoce, da necessidade de efectuar mamografia de rastreio, de conhecer os factores de risco e as principais opções terapêuticas do cancro da mama», aconselha o IPO.
Fonte: Diário Digital / Lusa