As grandes cadeias de farmácias do Chile, um país católico, recusam vender a «pílula do dia seguinte», um anti-conceptivo de emergência, apesar do apoio do Estado.
Respondendo ao apelo do Papa Bento XVI + , os farmacêuticos invocam a sua «objecção de consciência» para se oporem à comercialização da pílula, defendida pelo governo da presidente socialista Michelle Bach + elet, uma pediatra agnóstica.
As farmácias que se negarem a vender o anti-conceptivo de emergência arriscam-se a pagar uma multa que pode atingir os 66 mil dólares (45,5 mil euros).
A Salcobrand, uma grande cadeia de farmácias, explicou que se viu obrigada a vender a «pílula do dia seguinte» para evitar as coimas e poder continuar a sua actividade com «liberdade de opinião».
No Chile, onde 38 mil crianças que nascem anualmente são filhas de mães adolescentes, o Aborto + é proibido e punido por lei.
Em Março de 2006, o governo chileno ordenou a distribuição gratuita da «pílula do dia seguinte» às jovens com mais de 14 anos, de modo a prevenir gravidezes indesejadas, uma medida muito criticada pela Igreja Católica chilena.
Recentemente, no XXV Congresso dos Farmacêuticos Católicos, Bento XVI incitou os farmacêuticos a invocarem «a objecção de consciência para evitarem colaborar directa ou indirectamente com a administração de produtos, cujo objectivo é claramente imoral, como é o aborto ou a Eutanásia + ».
A ministra da Saúde chilena, Maria Soledad Barría, entende, no entanto, que «as farmácias, ainda que privadas, desempenham um papel de serviço público», pelo que devem vender todos os medicamentos, incluindo a «pílula do dia seguinte».
Fonte: Diário Digital / Lusa