A mulher morre mais do que o homem de doença cardiovascular e estudos mais recentes acentuam esta realidade, arredando o "mito" de que era entre os homens que surgiam mais vítimas, afirmou ontem uma especialista. Maria João Ferreira, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, declarou à agência Lusa que a mortalidade na mulher se revela a partir da menopausa, depois dos 45-50 anos, e está associada a oscilações hormonais. O "mito" de que o homem morria mais do que a mulher com doenças cardiovasculares está ligado ao facto de no sexo feminino se revelar 10 anos depois, referiu a docente.
Para a especialista, a importância da doença cardiovascular na mulher foi reconhecida recentemente, e em cada estudo são evidenciadas novas questões, nomeadamente que "não está ligada ao conceito de doença coronária obstrutiva", tal como acontece com mais notoriedade nos homens. Tal evidência vem condicionar o resultado dos exames complementares de diagnóstico, como são a prova de esforço, a cintigrafia de perfusão miocárdica ou mesmo a coronariografia", acrescentou.
Para Maria João Ferreira, os novos dados suscitam "novas interrogações que se referem ao diagnóstico, prognóstico e tratamento da doença".
Fonte: DN