Demorou um pouco mais do que era previsto, mas desde o dia 1 de Janeiro o Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Central do Funchal + (HCF) já tem tudo preparado para realizar os rastreios bioquímicos às grávidas utentes do Serviço Regional de Saúde + (SRS).
Além da formação dos recursos humanos envolvidos na nova técnica, foi também necessário adquirir equipamento específico e um programa informático. Agora "existem todas as condições para o rastreio começar a ser feito", afirma Filomeno Gomes + , presidente do Conselho de Administração do SRS + .
O processo agora passa por sensibilizar as grávidas para que façam o exame no período recomendado. Para tal, existe já uma "coordenação perfeita entre o Serviço de Obstetrícia do Hospital e a Direcção de Enfermagem dos Cuidados Primários de Saúde". Filomeno Gomes espera que, ao longo deste ano, a realização dos rastreios entre no ritmo diário do hospital e das grávidas da Região.
Refira-se que os rastreios pré-natais são aconselhados a todas as mulheres grávidas, devendo ser realizados no primeiro trimestre, entre as 11 e as 13 semanas de Gestação + .
O custo médio aproximado desta análise ao sangue, já disponível em laboratórios privados, é de 80 euros. Porém, com a implementação do serviço no HCF para as grávidas, acompanhadas pelos serviços públicos (centros de saúde ou pelas consultas externas do Hospital), não custará um cêntimo.
O SRS tornou-se assim o primeiro organismo do país a oferecer gratuitamente o rastreio bioquímico às utentes grávidas.
Detectar Malformações mais cedo
Os rastreios bioquímicos conseguem detectar até 92% do risco de doenças cromossomáticas num bebé. A este nível, a Trissomia 21 + , ou síndrome de Down, é a malformação mais conhecida, mas as anomalias nos cromossomas 13 e 18 são ainda mais graves e implicam sempre a interrupção da gravidez.
O facto de estes rastreios se realizarem no terceiro mês de gestação permite que as anomalias sejam detectadas mais cedo, diminuindo a Ansiedade + da família.
poupar dinheiro
Os rastreios bioquímicos são feitos a partir de uma amostra de sangue da mulher. O objectivo é que se detectem malformações do feto através de um método não invasivo sem antes recorrer ao método invasivo que é a amniocentese. A esperada diminuição no número de análises ao Líquido amniótico + (400 por ano no HCF) pode gerar uma poupança anual na ordem dos 75 mil euros.
Fonte: DN