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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

REGIÃO CONSOME MENOS PRODUTOS ANTITABACO


Ao nível nacional o consumo manteve-se no ano passado, mas na madeira diminuiu






A oferta tem aumentado nos últimos anos e principalmente nos últimos meses mas, no final de contas, os madeirenses ainda não se renderam aos produtos para a desabituação tabágica.





Embora as expectativas apontassem para que, com a aproximação da entrada em vigor da Nova Lei do Tabaco, o consumo de medicamentos para a desabituação disparasse no nosso país, as previsões não se vieram a confirmar.





Segundo dados fornecidos ao DIÁRIO pela 'IMS Health' (consultora especializada na realização de estudos de mercado para a indústria farmacêutica), entre Janeiro e Novembro do ano passado, venderam-se na Região 8.511 unidades de produtos antitabaco.





Porém, relativamente a igual período de 2006 (entre Janeiro e Novembro), as vendas destes produtos atingiram na Madeira as 11.818 unidades.





De um ano para outro registou-se assim uma diminuição de 28% nas vendas dos medicamentos de apoio à cessação tabágica. Também nos ganhos financeiros, e como seria de esperar, registou-se uma quebra, neste caso de 25%: 237.624 euros ganhos em 2006 comparativamente aos 171.111 euros em 2007.





Também ao nível nacional, o consumo deste tipo de medicamentos e produtos não aumentou no último ano, apesar da proximidade da entrada em vigor da Nova Lei do Tabaco.





A venda produtos antitabaco, em Portugal, entre Janeiro e Novembro de 2007, atingiu as 235.245 unidades, correspondendo a 6.683.924 euros. Os valores que se verificaram nos 12 meses de 2006 são semelhantes aos do ano passado, tendo sido vendidas 277.479 unidades, no valor de 7.314.051 euros, segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed + ).





Estes dados comprovam que a legislação que entrou em vigor a 1 de Janeiro não influenciou os fumadores, pelos menos no último ano de consumo sem restrições. As autoridades nacionais de saúde estimam que, em 2008, a procura de medicamentos para deixar este hábito possa aumentar. Em Portugal, existem variados medicamentos indicados para a desabituação tabágica, que têm como substâncias activas a Vareniciclina (presente em três produtos), o Bupropiom (um produto) e a Nicotina, sendo esta a mais comum e presente em 34 produtos.

Perguntas a... Paulo Sousa +





O consumo de produtos antitabaco foi menor em 2007, mesmo com a proximidade da entrada em vigor da nova lei. Como avalia este dado?

É-me difícil explicar esse dado estatístico, que no entanto talvez se possa explicar pela entrada no mercado do Champix, medicamento que tendo um mecanismo de acção inovador e embora seja de prescrição médica obrigatória, teve alguma expressão no ano em análise.





Há cada vez mais uma maior publicidade a produtos destes. Acha que as pessoas acreditam na eficácia dos mesmos?

Estou absolutamente convencido que as pessoas têm a noção de que são adjuvantes à cessação tabágica e não medicamentos milagreiros. Uma pessoa só pode conseguir deixar de Fumar + se tiver a certeza que quer fazê-lo. Se tiver dúvidas não vale a pena gastar dinheiro em medicamentos.




Como farmacêutico aconselha o consumo de algum medicamento para a cessação tabágica?

Antes de mais, como farmacêutico aconselho a deixar de fumar. Quanto ao aconselhamento propriamente dito, varia consoante o tipo de hábito que o utente tem, bem como o número de Cigarros + /dia. Algumas pessoas querem deixar de fumar fumando, o que naturalmente só é possível com alguns medicamentos.



Adesivos, pastilhas elásticas, comprimidos... Qual o mais eficaz?

La Palisse, o melhor remédio é o que resulta, e a cessação tabágica é profundamente individual, ou seja, não existe uma receita única e sim uma variedade de métodos em que se deve escolher o mais adequado ao indivíduo em questão.



No final de 2007, houve um alerta sobre a possível ligação entre o consumo de um produto antitabaco e ideias suicidas. A procura desse medicamento diminuiu?

Aparentemente sim, no entanto o alerta é relativo a um efeito secundário possível e não invalida a sua eventual utilização, caso um médico julgue a relação benefício/risco seja favorável.




Se alguma pessoa chegar à farmácia e disser que quer deixar de fumar, o que aconselha?

Digo-lhe para marcar uma data para deixar de fumar e aconselho-o a dizer a todos amigos, familiares e colegas de trabalho. Posteriormente tento acordar um método com um utente para ajudá-lo a abandonar o cigarro. O facto de dizer aos familiares e amigos provoca uma pressão adicional para que o utente consiga de facto deixar de fumar.


Fonte: DN