Paula Cristina adiou a maternidade por três anos sem saber o que a Natureza tinha reservado para si. Quando finalmente deu o passo, ficou grávida de trigémeos. Luís Fernando, João Gabriel e Elisa Maria nasceram na semana passada no Hospital Central do Funchal + e estão bem, a ganhar peso na Unidade de Cuidados Intensivos + Neonatais. Os três irmãos, filhos de Paula Cristina e de Emerson, são gémeos naturais. O que é o mesmo que dizer que foram gerados sem recurso a qualquer tipo de tratamento de fertilidade. "É uma coisa de família", explica a mãe, escriturária na 'Padaria Porto Santo'. Ou seja, na família, a história de trigémeos começou com uma tia da bisavó e Paula Cristina herdou o gene fértil.
Encantada com os seus meninos, a mãe reconhece que, de princípio, a notícia chocou. "Foi uma sensação entre o choro e o riso quando se descobriu a bolsa do terceiro gémeo na ecografia na Clínica da Sé". Primeiro, espanto, depois preocupação. Criar um filho não é fácil, nem barato; com três o trabalho e as contas triplicam.
No Porto Santo, onde vive a família, amigos e conhecidos têm apoiado os pais desde que souberam a gravidez de trigémeos. E, no hotel Torre Praia (é lá que trabalha o pai) até se fez uma colecta para que pudessem começar um enxoval. A Segurança Social + também tem ajudado, mas Paula inquieta-se com o presente e com o futuro. Por ter uma gravidez de risco, foi internada ao sétimo mês de gravidez de modo a aguentar o mais possível. Aos oito meses e uma semana, os médicos entenderam que era melhor, para bem das crianças, avançar com uma cesariana, um dos meninos estava a perder peso. A 8 de Janeiro, nasciam Luís Fernando com 1.814 gramas; Elisa Maria com 1.830 e João Gabriel com 1.700. Dada a sua condição, foram todos internados na Unidade de Cuidados Neonatais. E na incubadora (nome pelo qual é conhecida a unidade) estão há uma semana a recuperar peso e com todas as atenções.
Um mês no Hospital
"Os médicos e o pessoal da Unidade tem sido de uma atenção excepcional, mas eu fico preocupada, não vejo a hora de ter os meus filhos aqui comigo no quarto". A Ansiedade + compreende-se, pois a mãe dos trigémeos está internada há um mês, passou o Natal e o fim de ano no Hospital. Além disso, a lei não prevê casos de trigémeos e o marido, passados os cinco dias de licença, voltou ao trabalho e ao Porto Santo. "Sabe, é isso que me faz falta, não ter aqui o meu marido ou alguém de família para dar apoio num momento destes". Enquanto espera que o tempo passe, Paula Cristina olha o futuro como uma incógnita. Está de baixa desde os três meses de gravidez, vai estar mais uns meses de licença de maternidade e não sabe quando terá condições para voltar a trabalhar. "Há muitas coisas para pesar e pagar, as mensalidades da creche e tudo isso". Tudo isso é muito, são três filhos para criar, educar e amar.
Fonte: DN