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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

DORES DE GARGANTA: CAUSAS POSSÍVEIS



Dr. José Saraiva


A dor de garganta pode surgir isolada ou estar associada a outros sinais ou sintomas como a febre, a dificuldade em engolir alimentos líquidos, sólidos ou simplesmente a saliva e a irradiação da dor para o ouvido.





Quando pensamos nas causas possíveis consideramos em primeiro lugar a possibilidade de estar perante uma inflamação ou uma infecção da mucosa da faringe. As faringites ou amigdalites de origem viral ou bacteriana são as causas mais frequentes de dores de garganta, embora naturalmente possa tratar-se também de uma infecção causada por fungos ou uma inflamação por aftas, situação extremamente dolorosa e para a qual dispomos apenas de tratamento sintomático.



Quando nos confrontamos com uma dor de garganta persistente, que não melhora com o tratamento médico prescrito, devemos considerar a possibilidade de estar perante uma lesão de tipo tumoral da mucosa da faringe.




Há naturalmente outras causas possíveis para um sintoma tão comum como é uma dor de garganta mas estas são, por certo, as mais frequentes.




Uma amigdalite ou faringite é uma inflamação da mucosa e do tecido linfático das amígdalas e da faringe, sendo que em cerca de 2/3 dos casos a sua causa é viral, seja por um vírus influenza, para-influenza, rinovirus ou um adenovírus; quando estamos perante uma infecção bacteriana os agentes mais frequentemente envolvidos são bactérias do grupo do estrepto-cocos e o haemophilus.




Claro que não podemos esquecer a mononucleose infecciosa, uma doença viral sistémica, que deve ser equacionada no quadro de uma amigdalite viral, assim como a possibilidade de a amigdalite se ter complicado de um abcesso peri-amigda-lino, um "aglomerado de pus" unilateral, desenvolvido em redor da amigdala, associando a dor de garganta à impossibilidade de abrir a boca, dificuldade de engolir, febre e gânglios do pescoço aumentados de volume.




Se o médico se confronta com uma situação que suspeita ser de causa viral a terapêutica sintomática com analgésicos e/ou anti-inflamatórios e uma terapêutica local com nebuliza-dores à base de anti-inflamatórios não-esteróides constituem o tratamento de eleição.




Se se trata de uma situação de etiologia bacteriana (por vezes uma situação inicialmente de origem viral pode evoluir para bacteriana) então para alem da terapêutica sintomática, com anti-inflamatórios, analgésicos e anti-piréticos, será necessário recorrer ao uso de um antibiótico, tendo como primeiro objectivo a irradicação do estreptococos beta-hemo-lítico.




Uma última referência à dor de garganta que persiste após tratamento médico, eventualmente unilateral, acompanhada de uma dor do ouvido do mesmo lado e associada a alguma forma de dificuldade ao engolir. Nestes casos torna-se indispensável recorrer a uma consulta médica, preferencialmente de otorrinolaringologia, a fim de ser observado e proceder ao despiste de um possível tumor da garganta, principalmente se estamos perante uma pessoa com antecedentes de consumo frequente de álcool ou se se trata de um fumador.








A dor de garganta é uma causa frequente da procura de cuidados médicos.








Dr. José Saraiva,
Director da Unidade de Otorrinolaringologia
do Hospital CUF Descobertas



Fonte: Saúde em Revista